O mês de janeiro ganhou a cor roxa para alertar e conscientizar a sociedade sobre o combate à hanseníase. A doença, cercada de preconceitos e estigma, é contagiosa, mas, tem controle e tratamento oferecidos gratuitamente pelo Sistema Único de Saúde (SUS).
Hanseníase é uma doença infecciosa e contagiosa causada pelo bacilo Mycobacterium leprae.
A contaminação ocorre pelo Mycobacterium leprae e, por atingir os nervos, uma das primeiras sequelas é a perda de sensibilidade da pele. Em muitos casos também há perda ou comprometimento severo dos movimentos que, em casos mais graves, pode levar à amputação.
O enfrentamento à hanseníase é um dos principais desafios de saúde pública no Brasil e o diagnóstico precoce é fundamental para a redução da transmissão e do risco de desenvolvimento de incapacidades físicas. Para contribuir com o diagnóstico precoce da doença, em 2022 foram incluídos ao SUS três novos testes de apoio ao diagnóstico e um para detecção de resistência da doença.
O Brasil ainda é responsável por cerca de 90% dos casos novos diagnosticados nas Américas, sendo o segundo país a diagnosticar mais casos no mundo. Em 2019 foram diagnosticados 27.864 casos novos, dos quais 1.545 foram em pessoas com menos de 15 anos.
A cada ano, cerca de 210 mil mulheres, homens e crianças são diagnosticados com hanseníase, segundo dados da Organização Mundial da Saúde. Até 50% das pessoas afetadas pela hanseníase enfrentarão, além da própria doença, problemas de saúde mental, como depressão ou ansiedade, com risco aumentado de suicídio.
Sintomas e tratamento:
– Manchas esbranquiçadas, avermelhadas ou amarronzadas, em qualquer parte do corpo, com perda ou alteração da sensibilidade ao calor e ao frio; ao tato e à dor, principalmente nas extremidades das mãos e dos pés, na face, nas orelhas, no tronco, nas nádegas e nas pernas;
– Áreas do corpo com diminuição dos pelos e do suor;
– Dor e sensação de choque, formigamento, fisgadas e agulhadas ao longo dos nervos dos braços e das pernas;
– Inchaço em mãos e pés;
– Diminuição da sensibilidade e/ou da força muscular da face, mãos e pés;
– Lesões em pernas e pés;
– Caroços no corpo, em alguns casos avermelhados e dolorosos;
– Febre, inchaço e dor nas articulações;
– Entupimento, sangramento, ferida e ressecamento do nariz;
– Ressecamento nos olhos.
O tratamento consiste na associação de antibióticos usados de forma padronizada. O paciente deve tomar a primeira dose mensal supervisionada pelo profissional de saúde, sendo as demais auto administradas. O Sistema Único de Saúde (SUS) disponibiliza o tratamento e o acompanhamento da doença em unidades básicas de saúde e em unidades de referência.
O diagnóstico precoce, o tratamento oportuno e a investigação de contatos que convivem ou conviveram, residem ou residiram, de forma prolongada com pacientes acometidos por hanseníase, são as principais formas de prevenção.
Na suspeita da doença, é preciso procurar atendimento em uma unidade de saúde o mais rápido possível, para evitar a evolução da enfermidade para incapacidades e deformidades físicas que dela podem surgir.
Fontes:
Referências:
JANEIRO roxo: Combate e Prevenção da Hanseníase. Gov.br: Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares, site, 27 jan. 2025. Disponível em: https://www.gov.br/ebserh/pt-br/hospitais-universitarios/regiao-sudeste/hc-ufu/comunicacao/noticias/janeiro-roxo-conscientizacao-e-combate-a-hanseniase. Acesso em: 27 jan. 2025.
JANEIRO roxo: Combate e Prevenção da Hanseníase. Biblioteca Virtual de Saúde: Ministério da Saúde, site, 27 jan. 2025. Disponível em: https://bvsms.saude.gov.br/26-01-dia-nacional-de-combate-e-prevencao-da-hanseniase-e-dia-mundial-contra-a-hanseniase/. Acesso em: 27 jan. 2025.