Dia Internacional Contra a Homofobia

Um Marco de Resistência e Esperança no Brasil

No Brasil, país conhecido por sua diversidade cultural e afetiva, mas também por suas contradições sociais, o Dia Internacional contra a Homofobia, Transfobia e Bifobia, celebrado em 17 de maio, carrega um peso histórico e simbólico fundamental. A data remete à decisão da Organização Mundial da Saúde, em 1990, de remover a homossexualidade da lista de doenças mentais. Este foi um passo determinante na luta pela despatologização das identidades LGBTQIA+, e tornou-se, desde então, um marco global de resistência, orgulho e reivindicação de direitos.

O Brasil lidera rankings globais de assassinatos de pessoas LGBTQIA+, especialmente transexuais e travestis. Segundo dados de organizações como o Grupo Gay da Bahia (GGB) e a Associação Nacional de Travestis e Transexuais (ANTRA), a maioria das vítimas são pessoas negras, pobres e periféricas. Além dos homicídios, há também altos índices de agressões físicas e verbais, expulsões familiares e bullying escolar.


A importância desta data no contexto brasileiro é inegável. O dia 17 de maio se transforma em farol — denuncia, sim, mas também ilumina caminhos de transformação. É um chamado à empatia, à escuta e à ação. Um lembrete de que cada direito conquistado foi fruto de muita dor, mas também de muito amor, coragem e mobilização coletiva.

Este dia fortalece para proteger e acolher aqueles que enfrentam diariamente discriminação, exclusão e violência. Projetos como casas de acolhimento para jovens LGBTQIA+, redes de apoio psicológico e jurídico, e movimentos culturais de periferia que abraçam a diversidade, têm surgido como respostas criativas e afetivas frente à negligência do poder público.

A homofobia se manifesta em instituições como:

  • Reconhecimento da união estável e do casamento homoafetivo (STF, 2011).

  • Criminalização da homofobia e transfobia como forma de racismo (STF, 2019).

  • Direitos reprodutivos e de adoção por casais homoafetivos.

Mesmo assim, a aplicação da lei é muitas vezes ineficaz, e o preconceito social continua forte.

Apesar do cenário difícil, o Brasil também é lar de uma vibrante comunidade LGBTQIA+, com forte produção cultural, movimentos sociais ativos e eventos importantes como a Parada do Orgulho LGBTQIA+ de São Paulo, uma das maiores do mundo.

Celebrar este dia, portanto, é um ato político. É relembrar que amar não é crime, que existir não é erro, e que ninguém deve ser privado de sua dignidade por ser quem é.

Dia 17 de maio deve ecoar como um grito coletivo: por justiça, por respeito, por igualdade.

 

Fonte:
Fundação Cultural Palmares

Referência:

O DIA Internacional contra a Homofobia: Homofobia. Fundação Cultural Palmares: Gov.br, site, 17 maio 2025. Disponível em: https://www.gov.br/palmares/pt-br/assuntos/noticias/o-dia-internacional-contra-a-homofobia. Acesso em: 17 maio 2025.