Dor de cabeça frequente não é normal. Cuide-se!
Você sabia que a dor de cabeça é uma das doenças mais incapacitantes do mundo? Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), a cefaleia ocupa o sétimo lugar entre as doenças mais incapacitantes globalmente. No Brasil, o impacto é ainda mais alarmante: cerca de 140 milhões de brasileiros sofrem com esse problema.
A vida moderna, com sua rotina acelerada, está diretamente ligada ao aumento dos casos de cefaleia. Má alimentação, jejum prolongado, consumo excessivo de gordura e álcool, noites mal dormidas e, principalmente, o estresse são gatilhos comuns para essas dores. E, infelizmente, um dos maiores erros no enfrentamento da dor de cabeça continua sendo a automedicação.

No Brasil, o acesso fácil a analgésicos e anti-inflamatórios faz com que muitas pessoas recorram a medicamentos por conta própria. Quando as dores são esporádicas, com até dois episódios por mês, isso pode não trazer grandes riscos. No entanto, quando a cefaleia se torna frequente, o uso indiscriminado de medicamentos pode piorar o quadro, aumentando tanto a intensidade quanto a regularidade das crises. Nesses casos, é fundamental buscar acompanhamento médico especializado e considerar um tratamento preventivo.
As cefaleias se dividem em dois grandes grupos:
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Primárias, quando a dor é a própria doença (como a enxaqueca e a cefaleia tensional);
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Secundárias, quando a dor é sintoma de outra condição, como infecções, distúrbios neurológicos ou até tumores cerebrais.
No país, estima-se que mais de 30 milhões de brasileiros sofram com enxaqueca, um tipo específico de cefaleia que pode ter grande impacto na qualidade de vida. Ao contrário da cefaleia tensional — que causa uma dor leve a moderada, em forma de pressão nos dois lados da cabeça —, a enxaqueca costuma ser latejante, intensa, unilateral, e vem acompanhada de enjoo, sensibilidade à luz (fotofobia) e ao som (fonofobia).

A enxaqueca não é apenas uma dor de cabeça forte: ela pode comprometer o rendimento no trabalho, nos estudos, nas atividades de lazer e até na vida sexual. Estima-se que 90% dos pacientes com enxaqueca tenham algum prejuízo em pelo menos uma dessas áreas.
Além disso, o estilo de vida tem um papel fundamental: sedentarismo, tabagismo, obesidade, transtornos de humor (como depressão e ansiedade), alimentação desequilibrada e problemas orofaciais (como a disfunção temporomandibular) estão diretamente relacionados à frequência e gravidade das crises.
Felizmente, existem várias formas de tratamento — medicamentos, terapias alternativas como acupuntura e fitoterápicos, aplicação de toxina botulínica, bloqueios anestésicos, dispositivos de neuroestimulação, entre outros. O mais importante é que cada tratamento deve ser individualizado, levando em conta o histórico e o estilo de vida de cada paciente.
No Dia Nacional de Combate à Cefaleia, é hora de dar atenção a esse problema tão comum, mas muitas vezes negligenciado. A dor de cabeça não deve ser normalizada. Procure ajuda médica, mude hábitos prejudiciais e cuide de sua saúde física e emocional.
Fonte:
Sociedade Brasileira de Cefaleia
Referência:
DIA Nacional do Combate à Cefaleia: Cefaleia. Sociedade Brasileira de Cefaleia: Ministério da Saúde, site, 19 maio 2025. Disponível em: https://sbcefaleia.com.br/noticias.php?id=321. Acesso em: 19 maio 2025.