DIA INTERNACIONAL CONTRA A DISCRIMINAÇÃO RACIAL

No dia 21 de março, foi instituído o Dia Internacional de Luta pela Eliminação da Discriminação Racial pela Lei n° 11.645. A Organização das Nações Unidas (ONU) proclamou, em 1966, a data em memória ao massacre de Shapeville, em Johanesburg, na África do Sul, em 1960.

Nesse mesmo ano, mais de 20 mil pessoas, das mais diversas comunidades negras africanas, avançavam em protesto contra a Lei da Posse, criada pelo Partido Nacional, como ferramenta de luta contra o racismo durante o Apartheid.

Lei 14.519/23 foi sancionada há um ano pelo Presidente da República

Só após 29 depois, foi instituída a Lei 7.716 de Crime Racial decretado como crime, qualquer ação resultante de discriminação ou preconceito de raça, cor, etnia, religião ou procedência nacional, mas somente no dia 21 de março de 2023, o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, sancionou a Lei 14.519/23, que estabelece o Dia Nacional das Tradições das Raízes de Matrizes Africanas e Nações do Candomblé, a ser comemorado todos os anos no dia 21 de março. Injúria Racial também passou a ser considerada como crime de racismo.

No Brasil, os casos de racismo cresceram muito nos últimos anos. Entre 2018 e 202, houve um aumento de cerca de 31% nos casos. Além disso, é a população negra, a maior vítima de homicídios, representando 77,9% dos casos. A maioria das vítimas é jovem, tem entre 12 e 29 anos, e pertencem ao sexo masculino.

A violência, também, está expressa em ambientes corporativos e institucionais. O levantamento feito pelo Trilhas de Impacto, apontou que 86% das mulheres negras já sofreram casos de racismo em empresas. Além disso, outra pesquisa, da empresa CEGOS, identificou que 75% das empresas levantaram o racismo como a principal forma de discriminação.

Quais são os tipos de racismo, existentes?

Estrutural /social:Trata-se de uma estrutura institucional, cultural e social, causando a perpetuação do enraizamento da intensificação do preconceito e da discriminação.

Religioso: É um conjunto de ideias e práticas violenta que expressam a discriminação e o ódio por determinadas religiões de matrizes africanas.

Institucional: Prática de uma determinada organização, empresa, grupo, associação ou instituição pública em não promover um serviço para determinada pessoa devido sua cor, cultura ou origem étnica.

Cultural: Resulta na crença que existe superioridade entre as culturas existentes, no amplo sentido que “cultura” engloba, religião, costumes, línguas, dentre outras.

Individual: É expresso em atitudes discriminatórias individuais, por meio de estereótipos, insultos e rejeição a uma pessoa que não possua as mesmas características étnicas que a sua.

Comunitarista: Está ligado ao pensamento contemporâneo e nacionalistas, tornando racista na medida que privilegia a sua comunidade em detrimento de outra.

Ambiental/ Ecológico: É detectado quando as populações periféricas não recebem o mesmo tratamento que uma área central.

Racismo Sistêmico: Semelhante ao racismo institucional, referimo-nos a um sistema mais amplo de discriminação racial que permeia todos os aspectos da sociedade. Inclui a interação entre instituições e formação que contribui para a opressão e discriminação de determinados grupos raciais ou étnicos.

Recreativo: Pode ser definido como uma ofensa de cunho racial disfarçada de piada. Essa atitude costuma diminuir pessoas negras ou outros grupos racionalizados, fazendo com que se sintam diminuídas pelas características que marcam sua etnia ou raça.

Racismo na Indústria de Cosméticos: O racismo na indústria de cosméticos é um problema sério e recorrente, muitas marcas de cosméticos não oferecerem uma variedade de tons de base e produtos para diferentes tons de pele. Além disso, campanhas publicitárias muitas vezes promovem padrões de beleza eurocêntricos, excluindo pessoas de diferentes etnias.

Racismo no acesso à Saúde: Se manifesta de diversas formas, como falta de acesso a serviços de saúde de qualidade, discriminação por parte de profissionais de saúde, diagnósticos errôneos e tratamentos inadequados.

Racismo Educacional: Refere-se às práticas discriminatórias dentro do sistema educacional que prejudicam alunos de minorias étnicas ou raciais. Isso pode incluir disparidades na distribuição de recursos, discriminação no processo de admissão, falta de representatividade de professores e currículos eurocêntricos que marginalizam a história e a cultura de grupos minoritários.

Racismo primário: não conta com justificativas, acontece de forma mais psicológica e emocional.

Racismo Internalizado: Apesar de ser pouco discutido, esse tipo de racismo é mais frequente do que se imagina, sobretudo considerando os demais tipos de racismo que uma pessoa pode sofrer. Isso porque, nessa categoria, as atitudes e as crenças preconceituosas são como o próprio nome diz, internalizadas por membros de grupos racializados, que não aceitam a si ou a membros de seu próprio grupo.

Racismo Interpessoal: Ocorre em interações transfronteiras entre indivíduos de diferentes grupos raciais ou étnicos e pode incluir comportamentos discriminatórios, preconceituosos e estereotipados.

Racismo Sutil: Refere-se a formas mais discretas e subjetivas de discriminação racial, que podem ser mais difíceis de identificar e combater do que formas mais explícita de racismo. Isso pode incluir microagressões, estereótipos raciais, preconceitos implícitos e discriminação institucionalizada.

A Importância do combate a práticas racistas

Assim como todo movimento social, o movimento negro possui suas pautas e as defende. Ele surgiu, primeiramente, no período de escravidão e, hoje em dia, ainda com os reflexos deste período, busca, acima de tudo, políticas públicas para que a população negra tenha equidade em todos os sentidos. Além disso, visa a obter medidas de fiscalização e a efetiva aplicação das leis contra racismo e injúria racial.

Em 2013, após a morte de George Zimmerman morto por um policial norte-americano, a internet foi dominada pela hashtag #BlackLivesMatter na tradução português Brasil, ficou conhecida como #VidasNegrasImportam.
Ainda hoje, o combate ao racismo é uma campanha mundial que tem por objetivo a busca pela igualdade racial e justiça a todos os negros e afrodescendentes que ao longo da história resistiram e lutaram pelos seus espaços na sociedade.

 

Personalidades negras que fizeram história ao lutarem contra a discriminação racial

Abdias do Nascimento: Foi um ator, poeta, escritor, dramaturgo, artista plástico, professor universitário, político e ativista dos direitos civis e humanos das populações negras brasileiras.

Nelson Mandela: Considerado como o mais importante líder da África Subsaariana, vencedor do Prêmio Nobel da Paz de 1993, e pai da moderna nação sul-africana.

Dandara dos Palmares: Foi uma guerreira negra do período colonial do Brasil no Quilombo de Palmares, casada com o maior líder quilombola já registrada, Zumbi dos Palmares.

Luís Gama: Foi um advogado, abolicionista, orador, jornalista e escritor brasileiro e o Patrono da Abolição da Escravidão do Brasil.

Lélia Gonzalez: Foi uma intelectual, autora, ativista, professora, filósofa e antropóloga brasileira. É uma referência nos estudos e debates de gênero, raça e classe no Brasil, América Latina e pelo mundo, sendo considerada uma das principais autoras do feminismo negro no país.

Mark Luther King: Foi um líder dos direitos civis nos Estados Unidos, conhecido por sua luta não violenta contra a discriminação racial. Ele foi um dos principais líderes do movimento pelos direitos civis.

Rosa Park: Foi uma ativista negra norte-americana, símbolo do movimento dos direitos civis dos negros nos Estados Unidos.

Ângela Davis: Foi professora e filósofa socialista estadunidense que alcançou notoriedade mundial na década de 1970 como integrante do Partido Comunista dos Estados Unidos, das Panteras Negras.

Temos ainda muitos outros que fizeram e seguem fazendo a luta do combate ao racismo expandir fronteiras. Segue a reflexão sobre como nos tornarmos aliados na luta contra a discriminação racial, pela inclusão social e igualdade de sonhos e oportunidades hoje, amanhã e num futuro próspero.

Fonte: 21 de março: Dia Internacional de luta pela eliminação da Discriminação Racial — Fundação Cultural Palmares (www.gov.br)

DIA INTERNACIONAL DA SÍNDROME DE DOWN

O Dia Mundial da Síndrome de Down, comemorado em 21 de março, é uma data de conscientização global para celebrar a vida das pessoas com a síndrome e para garantir que elas tenham as mesmas liberdades e oportunidades que todas as pessoas. É oficialmente reconhecida pelas Nações Unidas desde 2012. A data escolhida representa a triplicação (trissomia) do 21º cromossomo que causa a síndrome.

A Síndrome de Down (SD) é uma alteração genética presente na espécie humana desde sua origem. Foi descrita há 150 anos, quando John Langdon Down, em 1.866, se referiu a ela pela primeira vez como um quadro clínico com identidade própria. Desde então, se tem avançado em seu conhecimento, ainda que existam mecanismos íntimos a descobrir. Em 1.958, o francês Jérôme Lejeune e a inglesa Pat Jacobs descobriram a origem cromossômica da síndrome, que passou a ser considerada genética.

A SD é a primeira causa conhecida de discapacidade intelectual, representando aproximadamente 25% de todos os casos de atraso intelectual, traço presente em todas as pessoas com a síndrome. Estima-se que no Brasil ocorra 1 em cada 700 nascimentos, o que totaliza em torno de 270 mil pessoas com Síndrome de Down; no mundo, a incidência estimada é de 1 em 1 mil nascidos vivos.

É necessário destacar que a SD não é uma doença e, sim, uma condição genética inerente à pessoa, porém, está associada a algumas questões de saúde que devem ser observadas desde o nascimento da criança.

Existe um conjunto de alterações associadas à SD que exigem especial atenção e necessitam de exames específicos para sua identificação, são elas: cardiopatia congênitas, alterações oftalmológicas, auditivas, do sistema digestório, endocrinológica, do aparelho locomotor, neurológicas, hematológicas e ortodônticas. Estudos nacionais revelam também, alta prevalência de doença celíaca (5,6%) em crianças com SD, que em caso de suspeita devem ser acompanhados por especialistas.

Não há relação entre as características físicas e um maior ou menor comprometimento intelectual – o desenvolvimento dos indivíduos está intimamente relacionado aos estímulos e aos incentivos que recebem, sobretudo nos primeiros anos de vida, e a carga genética herdada de seus pais, como qualquer pessoa.

Entendendo a trissomia:

Em cada célula do indivíduo existe um total de 46 cromossomos, divididos em 23 pares. A Síndrome de Down é gerada pela presença de uma terceira cópia do cromossomo 21 em todas as células do organismo (trissomia). Isso ocorre no momento da concepção de uma criança.

As pessoas com trissomia do cromossomo 21, têm 47 cromossomos em suas células em vez de 46, como a maior parte da população.

Obs.: Cromossomos são as estruturas biológicas que contêm as informações genéticas; na espécie humana essa formação está distribuída em 23 pares, totalizando 46.

Características:

Entre as características físicas associadas à trissomia do 21 estão: olhos amendoados, maior propensão ao desenvolvimento de algumas doenças e hipotonia muscular. Em geral, as crianças com Síndrome de Down são menores em tamanho e seu desenvolvimento físico, mental e intelectual pode ser mais lento do que o de outras crianças da sua idade.

É essencial que bebês e crianças com Síndrome de Down sejam acompanhadas desde cedo com exames diversos para diagnosticar o quanto antes quaisquer anormalidades cardiovasculares, gastrointestinais, endócrinas, auditivas e visuais. Muitas vezes, o tratamento precoce pode até impedir que esses problemas cheguem a afetar a saúde do indivíduo.

Crianças com síndrome de Down precisam ser estimuladas desde o nascimento para que sejam capazes de vencer as limitações que essa alteração genética lhes impõe. Como têm necessidades específicas de saúde e aprendizagem, exigem assistência profissional multidisciplinar e atenção permanente dos pais. O objetivo deve ser sempre habilitá-las para o convívio e a participação social.

Para as comemorações do Dia Mundial da Síndrome de Down no Brasil, a Federação Brasileira das Associações de Síndrome de Down traz uma série de eventos em comemoração da data! Confira aqui!

Fontes:

Down Syndrome International

Dr. Dráuzio Varella

Federação Brasileira das Associações de Síndrome de Down

Fundação Síndrome de Down de Campinas

Ministério da Saúde. Diretrizes de atenção à pessoa com Síndrome de Down

Movimento Down

20 DE MARÇO – DIA MUNDIAL DA SAÚDE BUCAL

Neste dia 20 de março é celebrado o Dia Mundial da Saúde Bucal, data criada para conscientizar a população sobre os cuidados com os dentes e a higiene oral. De acordo com dados do IBGE de 2019, 34 milhões de brasileiros com mais de 18 anos perderam 13 ou mais dentes, e 14 milhões de pessoas perderam todos os dentes.

Cuidar da saúde bucal pode até mesmo prevenir doenças cardiovasculares, uma vez que uma área específica do organismo pode desencadear repercussões em outras regiões. A inflamação na gengiva, por exemplo, pode ser um precursor de complicações cardíacas.

Principais doenças de saúde bucal, entre elas estão:

Cárie Dentária
Danos nos dentes causados pela desmineralização do esmalte devido à ação de ácidos produzidos por bactérias presentes na placa bacteriana.

Gengivite e Periodontite
Inflamação e infecção dos tecidos que suportam os dentes, incluindo gengivas, ligamento periodontal e osso alveolar. A gengivite, que é a fase inicial, pode levar à periodontite se não tratada.

Halitose (Mau Hálito)

Geralmente relacionada a problemas dentários, higiene bucal inadequada, doenças gengivais, cáries ou infecções orais.

Câncer Oral
Pode afetar qualquer parte da boca e, muitas vezes, está relacionado a fatores como uso de tabaco e álcool, infecção por HPV e exposição excessiva ao sol nos lábios.

Alguns sintomas podem indicar problemas na saúde bucal, como:

  • Dor de dente ou sensibilidade dental;
  • Gengivas que sangram facilmente, estão inchadas, vermelhas ou doloridas;
  • Mau hálito persistente;
  • Mudança na forma como os dentes se encaixam ao morder;
  • Feridas, manchas ou áreas de descoloração na boca.

Prevenção é sempre o melhor caminho para garantir uma boa higiene bucal e evitar doenças mais graves na boca. Entre as recomendações do dentistas estão:

Escovação adequada
Escove os dentes pelo menos duas vezes por dia, utilizando uma escova de dentes de cerdas macias e pasta de dentes com flúor.

Uso do fio dental
Use fio dental diariamente para remover partículas de comida e placa bacteriana entre os dentes e abaixo da linha da gengiva.

Alimentação saudável
Mantenha uma dieta equilibrada e limite o consumo de açúcares e carboidratos, que podem favorecer o desenvolvimento de cáries.

Visitas regulares ao dentista
Realize check-ups e limpezas profissionais regularmente, geralmente a cada 6 meses, ou conforme recomendado pelo seu dentista.

Evite tabaco e limite o álcool
Esses hábitos podem aumentar o risco de câncer oral, doenças gengivais e outros problemas de saúde bucal.

 

 

MARÇO AMARELO – MÊS MUNDIAL DE CONSCIENTIZAÇÃO DA ENDOMETRIOSE

A endometriose é uma condição médica que afeta muitas mulheres em todo o mundo. No Brasil, a Sociedade Brasileira de Endometriose e Cirurgia Minimamente Invasiva estima que uma em cada dez mulheres sofre com a doença, sendo que 57% delas têm dores crônicas e mais de 30% dos casos podem repercutir com infertilidade. Esses números destacam a importância do diagnóstico precoce e tratamento adequado, por isso, o Março Amarelo, campanha de conscientização da endometriose, amplia o debate sobre o tema durante todo este mês. Os hospitais universitários da Rede Ebserh contam com serviços especializados e equipes multiprofissionais qualificadas no manejo clínico da doença.

Segundo explica a ginecologista do Ambulatório de Dor Pélvica do Hospital Universitário Cassiano Antônio Moraes, da Universidade Federal do Espírito Santos (Hucam-Ufes), Neide Aparecida Tosato Boldrini, a endometriose é uma doença benigna, clínica, crônica e inflamatória, caracterizada pela presença de tecido endometrial (tecido que reveste internamente o útero) fora da cavidade uterina, podendo acometer diversos locais como intestino, bexiga e vagina. O seu crescimento é doloroso e progressivo. “Esse tecido endometrial fora do útero continua a responder aos hormônios do ciclo menstrual, resultando em sangramento, inflamação, formação de aderências e cicatrizes nos tecidos circundantes”, completou.

Até o momento, não existe um consenso sobre as causas e os mecanismos de desenvolvimento da doença, o que torna o diagnóstico e o tratamento desafiadores. “Acredita-se que a teoria da menstruação retrógrada, na qual células endometriais são implantadas no peritônio e em outros órgãos pélvicos durante a menstruação, seja uma das principais causas”, esclareceu a profissional.

Sintomas

A dor pélvica crônica é o sintoma principal e muitas vezes a queixa mais comum. Algumas pessoas podem, ainda, experimentar, no caso da endometriose profunda, dor durante ou após o sexo (conhecida como dispareunia), dor durante a menstruação, sangramento menstrual irregular, dor ao urinar ou evacuar e infertilidade.

“Porém existem pacientes assintomáticas. O diagnóstico é realizado por meio da abordagem clínica, dos exames físico e de imagem, que pode ser o ultrassom transvaginal e a ressonância de pelve com preparo intestinal, ambos realizados por profissionais especializados”, explicou a médica Luzia Salomão, chefe do Ambulatório de Endometriose do Hospital Universitário da Universidade de Juiz de Fora (HU-UFJF).  A instituição recebe pacientes encaminhadas pelas Unidades Básicas de Saúde, que são atendidas por profissionais da ginecologia, fisioterapia pélvica, residentes e acadêmicos da UFJF.

A médica ressalta que a doença impacta, por causa desses sintomas e locais de acometimento, a qualidade de vida das mulheres, comprometendo a vida afetiva, profissional e psicológica dessas pacientes. Foi o que aconteceu com a enfermeira do HU-UFJF, Juliana Nazaré, que recebeu o diagnóstico há cerca de 3 anos.

Ela conta que sentia muitas cólicas abdominais, cansaço e dores ao ter relações sexuais, o que a obrigava a fazer uso de analgésicos com frequência. “Sempre realizei meu acompanhamento preventivo, porém, ao relatar meu quadro, normalizavam minha dor, como sendo comum no período menstrual. Até que evolui para dor ao urinar e foi necessário aprofundar a investigação, diagnosticando endometriose profunda com acometimento na minha bexiga por meio de uma ressonância magnética”, relatou.

Endometriose e fertilidade

Ainda não existem estratégias para prevenir a doença, mas o diagnóstico precoce é extremamente importante para condução e tratamento dos sintomas, principalmente o da infertilidade. Segundo a ginecologista Mychelle de Medeiros Garcia Torres, coordenadora médica do Centro de Reprodução Assistida da Maternidade Escola Januário Cicco, da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (MEJC-UFRN), mais de 30% das mulheres com endometriose cursam com dificuldade para engravidar.

“A fertilidade pode ser afetada pela presença das lesões e aderências, que podem distorcer a anatomia dos órgãos. Além disso, baixa reserva ovariana e queda na qualidade dos óvulos podem estar presentes nessas mulheres de forma mais precoce que na população geral”, disse.

Apesar de ser uma das principais causas de infertilidade feminina, a endometriose não necessariamente causa dificuldade para engravidar. Quando isso ocorre, as técnicas de reprodução assistidas podem ajudar. Na MEJC-UFRN, por exemplo, tratamentos de inseminação artificial e fertilização in vitro estão disponíveis gratuitamente para as pacientes com diagnóstico de infertilidade que não possuam filhos do atual relacionamento.

Tratamento

Diante dos sintomas ou de infertilidade, há uma presunção diagnóstica, podendo já ser iniciado o tratamento, segundo a ginecologista do Hospital Universitário da Universidade Federal do Piauí (HU-UFPI), Michele Rodrigues. O tratamento depende de vários fatores, incluindo a gravidade dos sintomas, a extensão da doença e os planos de gravidez da paciente. Entre as opções de controle estão medicamentos, como analgésicos, hormonioterapia (pílulas anticoncepcionais) para bloquear a menstruação e controlar os sintomas e inibidores de aromatase, que ajudam a reduzir a produção de estrogênio no corpo, o que pode diminuir o crescimento do tecido endometrial.

“Nos casos de endometriose profunda, com focos maiores, primeiro é feito o mapeamento de órgãos atingidos”, enfatizou. A cirurgia minimamente invasiva é indicada para remoção de tecido endometrial e aderências. Já histerectomia, em casos graves, consiste na remoção do útero de mulheres que não desejam mais ter filhos. No HU-UFPI, mulheres com endometriose são atendidas pelo ginecologista geral acompanhadas pela Psicologia e Fisioterapia para auxílio no tratamento da dor. Em casos cirúrgicos, essas pacientes são encaminhadas para uma equipe multidisciplinar, composta por urologista, ginecologista e coloproctologista.

Terapias complementares como acupuntura, mudança no estilo de vida e dieta e prática de exercícios físicos regularmente também pode ajudar a controlar os sintomas.

Fonte: Endometriose causa cólica intensa e pode levar à infertilidade — Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (www.gov.br)

DIA MUNDIAL DO RIM

O Dia Mundial do Rim é uma campanha global criada pelas Sociedade Internacional de Nefrologia (International Society of Nephrology – ISN) e pela International Federation of Kidney Foundations (IFKF), que são instituições internacionais sem fins lucrativos em 2006. Desde então, esse dia é comemorado sempre na segunda quinta-feira do mês de março anualmente.

Essa celebração foi idealizada com objetivo de ampliar a conscientização sobre a importância do funcionamento adequado dos rins para manutenção de uma vida saudável. Além disso, visa divulgar os fatores de riscos relacionados ao desenvolvimento da doença renal crônica e, assim, reduzir a incidência das doenças renais e dos impactos clínicos relacionados a ela.

A doença renal crônica (DRC) é uma síndrome clínica definida por alterações de um dano estrutural renal ou pela redução da função renal estimada por meio da taxa de filtração glomerular. Essas alterações devem persistir por três meses ou mais para, assim, caracterizar uma DRC. Ela se manifesta de forma assintomática na maior parte dos casos, o que dificulta o seu diagnóstico precoce. As manifestações clínicas mais frequentes são retenção de líquidos, elevação dos níveis pressóricos, falta de ar, fraqueza e perda do apetite. Esses achados clínicos estão relacionados a redução da capacidade de filtração e depuração de toxinas que ocorrem nos estágios mais avançados da DRC. Destaca-se também o aumento do risco cardiovascular relacionado com estimada com redução da taxa de filtração glomerular ou “perda da função renal” e com o aumento do nível proteinúria do paciente. Quando a doença é identificada nas fases mais tardias, o dano renal muitas vezes é irreversível, sendo necessária a instituição de tratamento dialítico para alívio dos sintomas e manutenção da vida. Estima-se que, no Brasil, cerca de 50 mil pessoas por ano com doença renal morrem precocemente antes de ter acesso à diálise ou ao transplante, segundo dados da Sociedade Brasileira de Nefrologia (SBN).

As principais causas de doença renal crônica no Brasil é o diabetes mellitus e a hipertensão arterial. Outros fatores de risco modificáveis envolvidos na patogenia da DRC são o tabagismo, a obesidade e o sedentarismo.

A prevalência mundial da DRC na população adulta foi estimada em 9,1% em estudo realizado 2017. No Brasil, é estimado que 8,9% da população tenha algum grau de DRC. A Sociedade Brasileira de Nefrologia estimou que 148.363 pessoas estão em terapia dialítica, de acordo com censo realizado em julho 2021, com taxa de mortalidade bruta estimada de 22,3%. Esses dados mostram a extensão da prevalência da DRC, sendo de grande relevância a realização de ações que divulguem a medidas preventivas e de diagnóstico precoce da doença renal.

A Campanha do Dia Mundial do Rim de 2024 aborda o tema “SAÚDE DOS RINS (& exame de creatinina) PARA TODOS: porque todos têm o direito ao diagnóstico e acesso ao tratamento”. Nesse sentido, a campanha visa à divulgação de medidas de prevenção de doenças renais como, por exemplo, o controle adequado de hipertensão arterial e diabetes mellitus e a adoção de hábitos saudáveis como a prática de atividade física e cessação do tabagismo. A campanha enfoca também no rastreamento sistemático da DRC em pacientes com DM e HAS com dosagem de creatinina sérica (marcador da taxa de filtração glomerular). Além disso, ressalta a necessidade da equidade do acesso ao diagnóstico e tratamento precoce para todos por meio da implementação de políticas públicas que garantam o acesso aos meios diagnósticos, às medicações de alto custo e suporte de terapia renal substitutiva de forma ampla e equânime a toda população. Esse se configura um dos maiores desafios considerando o cenário atual do Sistema Único de Saúde diante das disparidades socioeconômicas entre as diversas regiões do Brasil.

 

Fonte: UnB Notícias – Dia Mundial do Rim

10/3 – DIA NACIONAL DE COMBATE AO SEDENTARISMO

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), um terço da população mundial adulta é fisicamente inativo e o sedentarismo mata cerca de cinco milhões de pessoas anualmente.

Em relatório recente, a Organização Mundial da Saúde fez um alerta de que quase 500 milhões de pessoas vão desenvolver doenças cardíacas, obesidade ou outras condições atribuídas à inatividade física entre 2020 e 2030. O documento contém dados de 194 países e mostra um progresso lento das nações para a criação de políticas públicas que possam reverter este quadro.

No Brasil, considerado o país mais sedentário da América Latina e o quinto no ranking mundial, cerca de 300 mil pessoas morrem por ano devido a doenças associadas ao sedentarismo. No país, conforme dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), 47% dos brasileiros adultos são sedentários e entre os jovens o número é maior e ainda mais alarmante: 84%.

A recomendação da OMS é praticar 150 minutos de atividade física moderada por semana. A prática tem como principais benefícios:

– Redução do risco de acidente vascular cerebral (AVC) ;
– Diminuição da pressão arterial, reduzindo as chances de doenças cardiovasculares;
– Controle e redução das chances de desenvolver diabetes;
– Ajuda no controle do peso;
– Melhora da insônia;
– Ajuda na circulação sanguínea;
– Promove bem-estar físico e mental.

De acordo com o Guia de Atividade Física para a População Brasileira, produzido pelo Ministério da Saúde, o comportamento sedentário envolve atividades realizadas quando se está acordado sentado, reclinado ou deitado e gastando pouca energia. Essas atividades geralmente são realizadas em frente a telas de computador, televisão, celulares e tablets, mas também incluem o tempo sentado para se deslocar de um lugar a outro utilizando carro, ônibus ou metrô, e para realizar trabalhos manuais, jogar cartas ou jogos de mesa.

Conforme o referido Guia, a atividade física é importante para o pleno desenvolvimento humano e deve ser praticada em todas as fases da vida e em diversos momentos, como ao se deslocar de um lugar para outro, durante o trabalho ou estudo, ao realizar tarefas domésticas ou durante o tempo livre. Os exercícios físicos também são exemplos de atividades físicas, mas se diferenciam por serem atividades planejadas, estruturadas e repetitivas com o objetivo de melhorar ou manter as capacidades físicas e o peso adequado, além de serem prescritos por profissionais de educação física. Todo exercício físico é uma atividade física, mas nem toda atividade física é um exercício físico!

As evidências científicas mostram que longos períodos em comportamentos sedentários estão relacionados a um maior risco de mortalidade, ao surgimento de diabetes, de doenças cardiovasculares e de câncer, independentemente da quantidade de atividade física praticada. A parte preocupante disso é que mesmo para as pessoas que praticam alguma atividade física ao longo do dia, o tempo excessivo em comportamento sedentário oferece riscos para a saúde.

Ou seja, a prática de atividade física não compensa os efeitos do tempo em comportamento sedentário. Portanto, além de incluir mais atividade física na sua rotina, se tornando mais ativo fisicamente, diminuir o tempo gasto em comportamento sedentário é tão importante quanto!

Como atualmente o trabalho, os estudos e até mesmo os momentos de lazer, bem como algumas condições de saúde, levam as pessoas a ficarem cada vez mais sentadas por muitas horas ao longo do dia, o uso de estratégias que ajudam a diminuir e a interromper o comportamento sedentário, de forma simples e eficiente, é uma maneira de amenizar os efeitos prejudiciais desses comportamentos.

Como diminuir e evitar o comportamento sedentário?

Para melhorar a saúde, é preciso criar estratégias para diminuir e interromper o tempo excessivo em repouso. Para isso, pequenas atitudes podem ajudar a diminuí-lo e a melhorar a qualidade de vida. Vale reduzir o tempo sentado ou deitado assistindo à televisão ou usando o celular, computador, tablet ou videogame. Na prática, a cada uma hora em comportamento sedentário, é recomendado se movimentar por pelo menos 5 minutos. Nesse momento, pode-se aproveitar para mudar de posição e ficar em pé, ir ao banheiro, beber água e alongar o corpo.

Para José Carlos Farah, professor da Universidade de São Paulo, a mudança vem com políticas públicas que incentivem a prática da atividade física a todas as camadas da população, mas também uma mudança de mentalidade através da educação de crianças e adolescentes que, quando adultos, deixarão de ser sedentários. O professor destaca que não é fácil, mas é possível.

O setor saúde tem um importante papel na promoção da atividade física, mas é essencial o envolvimento das outras áreas para a mudança do atual cenário brasileiro. Para isso, o Guia de Atividade Física para a População Brasileira procura subsidiar também os profissionais e gestores do Sistema Único de Saúde e dos demais setores relacionados com a promoção da atividade física, convergindo esforços intersetoriais para o aumento dos níveis de atividade física dos brasileiros.

O Dia Nacional de Combate ao Sedentarismo tem como objetivo conscientizar a população sobre a importância da prática regular de atividades físicas e os riscos do sedentarismo para a saúde.

Fonte: 10/3 – Dia Nacional de Combate ao Sedentarismo | Biblioteca Virtual em Saúde MS (saude.gov.br)

4 DE MARÇO – DIA MUNDIAL DA OBESIDADE

Nesta segunda-feira, 4 de março, começa mais uma campanha pelo Dia Mundial da Obesidade. A iniciativa está alinhada com a campanha mundial da World Obesity Federation (WOF) e a SBEM vem, em parceria com a ABESO (Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade e Síndrome Metabólica), traz diversos temas para reflexão e debate.

Entre os pontos de destaque está o alerta para obesidade como causa evitável de doenças crônicas não transmissíveis (DCNT), como diabetes tipo 2, Acidente Vascular Cerebral, doença coronária e câncer. As atenções estão voltadas para as proporções destas doenças que são atribuíveis ao elevado Índice de Massa corporal (IMC) na idade adulta.

Neste período, a WOF lançou, também, a sexta edição do Atlas Mundial da Obesidade, com dados importantes que merecem atenção dos profissionais de saúde e órgãos governamentais. O documento de 235 páginas apresenta conteúdo sobre níveis globais da obesidade, e alerta para quase 3,3 bilhões de adultos que poderão ser afetados até 2035, em comparação com 2,2 bilhões em 2020.

O TEMA

Como a obesidade abrange diversas especialidades médicas, a campanha estimula a conversa interdisciplinar, utilizando a mensagem: “Vamos falar sobre obesidade …..”

Dessa forma, a proposta é criar uma livre associação, podendo ser incluídos inúmeros temas como: “Obesidade e Diabetes”, “Obesidade e Câncer”, “Obesidade e Saúde Mental”.

Também podem ser temas mais amplos na área da saúde como: “Obesidade, urbanização e aquecimento global” e “Obesidade e o nosso SUS”.

A ideia é iniciar conversas transversais, buscando compartilhar conhecimentos e ver a obesidade de uma perspectiva diferente. A proposta da SBEM e ABESO é falar sobre obesidade e políticas públicas para ampliar a prevenção e incorporar o tratamento medicamentoso.

Para aumentar o alcance da campanha, foi definida que a cor roxa, adotada mundialmente, que passa a representar a obesidade, a partir de 2024. Estão sendo proposta a iluminação de monumentos em diversas cidades, como o Cristo Redentor.

A recomendação é utilizar a cor da campanha em mensagens nas redes sociais, incluindo o filtro do Instagram, onde podem ser feitos vídeos de um minuto, iniciando com a frase “Vamos falar sobre obesidade e…”.

Ao longo do mês, entrevistas serão feitas com representantes de diversas sociedades científicas. SBEM e ABESO também sugerem o compartilhamento de histórias e ações, sempre marcando as duas sociedades nos perfis das redes sociais, sempre com muito respeito.

Os esforços para lidar com a obesidade precisam ser abrangentes, integrados e bem apoiados por profissionais de saúde, população geral, gestores públicos, imprensa, mídias sociais, para gerar impacto a longo prazo.

Neste Dia Mundial da Obesidade, “Vamos falar sobre obesidade e…”

 

Referências Bibliográficas:

  1. https://www.worldobesityday.org/
  2. https://www.worldobesity.org/
  3. World Obesity Federation. World Obesity Atlas 2024. London: World Obesity Federation, 2024. https://data.worldobesity.org/publications/?cat=22

29 DE FEVEREIRO – DIA MUNDIAL DAS DOENÇAS RARAS

Doenças raras são aquelas que possuem uma baixa incidência no mundo. Segundo a OMS (Organização Mundial da Saúde), para uma condição ser considerada rara, ela precisa ser diagnosticada em 65 pessoas a cada 100 mil. Estima-se que existam entre 6.000 e 8.000 tipos diferentes de doenças raras em todo o mundo com variações de de sintomas e de formas de tratamento.

Visando aumentar a conscientização sobre as doenças raras, seus desafios de diagnóstico e formas de tratamento, no dia 29 de fevereiro é reconhecido o Dia Mundial das Doenças Raras (fora dos anos bissextos, a data passa a ser 28 de fevereiro).

De acordo com o Ministério da Saúde, 90% das doenças raras ainda estão em fase de estudo, ou seja, existe um déficit de conhecimento científico sobre muitas dessas patologias.

Toda doença rara é hereditária

Mito. Nem toda doença rara é hereditária, apesar de a maioria ter origem genética. Segundo Tania Bachelga, especialista em endocrinopediatria da SBTEIM (Sociedade Brasileira Triagem Neonatal Erros Inatos do Metabolismo), cerca de 80% das doenças raras são genéticas, mas também existem doenças raras de causas infecciosas e ambientais.

“As doenças de origem genética, que ocorrem por alterações no DNA, costumam ser hereditárias. Todas as vezes em que há um paciente com doença rara de origem genética diagnosticada, ela também precisa ser rastreada na irmandade desse paciente e, dependendo do tipo de herança, em outros membros familiares também”, explica.

Lilian Palma, coordenadora do Departamento de Nefrologia Pediátrica da SBN (Sociedade Brasileira de Nefrologia), explica que as doenças raras de origem genética podem ser divididas em três grupos: anomalias congênitas, deficiência intelectual e erros inatos do metabolismo. Já as de origem não genética são divididas em infecciosas, inflamatórias e autoimunes.

Toda doença rara é congênita

Mito. Doenças congênitas são aquelas que se manifestam desde o nascimento ou, até mesmo, antes do parto. No caso das doenças raras, nem sempre é congênita. Algumas condições de saúde podem se desenvolver por fatores ambientais. “Os fatores de risco, muitas vezes, são infecções e exposição a medicamentos. Porém, muitas doenças ainda são de causa desconhecida”, afirma Lilian.

De acordo com a especialista, também é equivocado dizer que as doenças raras são mais comuns em crianças. “Cada doença possui a sua particularidade, mas algumas apresentam sinais ainda na primeira infância”, explica Tania. É o caso da ASMD (Acidose Sistemática por Múltiplos Desmembramentos) ou “Doença de Niemann-Pick A, B e A/B.”

A ASMD é uma doença genética que resulta da deficiência de uma enzima crítica, levando ao acúmulo de gordura dentro das células, com graves implicações para a saúde das crianças. Porém, em alguns casos, o paciente pode demorar até 15 anos para receber o diagnóstico correto.

As doenças raras podem ser confundidas com outras condições de saúde

Verdade. As doenças raras possuem sintomas que não são específicos, ou seja, que podem ser confundidos com outras doenças comuns. Por isso, o diagnóstico correto pode ser um desafio. “Às vezes, ocorre o atraso de anos no diagnóstico e gera a necessidade de consultar múltiplos especialistas até chegar na doença rara”, diz Lilian.

“Na falta de um conhecimento continuado dos profissionais de saúde em doenças raras e, também, pela dificuldade de acesso aos sistemas de saúde, é muito comum as doenças raras serem diagnosticadas quando o paciente já tem sequelas e complicações de saúde graves e irreversíveis”, completa Tania.

Doenças raras podem ser diagnosticadas precocemente

Verdade. Apesar de ser um desafio, é possível e importante que as doenças raras sejam diagnosticadas precocemente. É pensando nisso que foram criadas campanhas de conscientização sobre essas patologias, como o Dia Mundial das Doenças Raras.

“Através da divulgação e conhecimento, com campanhas pontuais, mas também a inserção dos temas em congressos de diversas especialidades médicas, é possível facilitar o diagnóstico precoce“, afirma Lilian.

Tania concorda: “O diagnóstico precoce depende de uma educação continuada dos profissionais de saúde”.

Teste do pezinho pode ajudar no diagnóstico de doenças raras

Verdade. Uma das formas de diagnosticar uma parcela das doenças raras de maneira precoce é o teste do pezinho, oferecido pelo SUS (Sistema Único de Saúde). O exame é realizado entre o segundo e o quinto dia de vida da criança, com uma amostra de sangue coletada no calcanhar do bebê.

Com essa amostra, é possível avaliar a possibilidade de detecção de diferentes doenças, incluindo as doenças raras. Atualmente, já existe o teste do pezinho ampliado, que detecta até 50 doenças, e deve ser oferecido pela rede pública de acordo com a lei nº 14.154, de 2021.

Porém, segundo o Ministério da Saúde, a ampliação está acontecendo de forma faseada e gradativa e ocorre em cinco etapas, que vão das doenças raras até raríssimas. O prazo para que o teste ampliado atinja todo país é de cinco anos após a implementação da lei em 2022.

Doenças raras não têm tratamento

Mito. As doenças raras, geralmente, são crônicas e progressivas, mas já existem tratamentos para ajudar a gerenciar os sintomas e melhorar a qualidade de vida de cada paciente, dentro de suas possibilidades.

“Muitas doenças raras têm tratamento, de diversas formas, via oral, injetável ou terapia gênica, com custos que variam de baixo até elevados”, explica Tania.

Para realizar a terapia no SUS, são feitas análises de custo-efetividade.

“Muitas vezes, quando classificamos uma terapia de alto custo, deve ser avaliado o impacto que o paciente vai ter com aquela doença sem essa terapia e o custeio desses pacientes sequelados. Muito frequentemente, essas terapias mantém a qualidade de vida do paciente em níveis muito próximos ao normal”, afirma.

Doenças raras não têm cura

Verdade. Muitas doenças raras ainda não têm cura, porém, o tratamento pode oferecer uma boa qualidade de vida para os pacientes, principalmente quando a condição é diagnosticada precocemente e quando há acesso de qualidade ao tratamento.

“É muito importante que o Brasil tenha centros de referência para diagnóstico e tratamento de doenças raras distribuídos de forma uniforme por todo o Brasil”, opina Tania. “Hoje em dia, a maioria desses centros está localizada na região Sul, Sudeste e Centro-Oeste do país. É importante aumentar o número de centros qualificados, especialmente nas regiões Norte e Nordeste, para oferecer equidade de diagnóstico e tratamento para toda a população”, completa.

Fonte: Doenças raras: veja mitos e verdades sobre o diagnóstico e tratamento | CNN Brasil

DIA MUNDIAL DE COMBATE A LER/DORT

Depois de longas horas de trabalho ou exposição a fatores inadequados nos aspectos organizacionais e ergonômicos da atividade em si, pode surgir aquele desconforto nas mãos ou em outra parte do corpo, às vezes com formigamento e até fraqueza e incapacidade de segurar determinados objetos. Embora em um primeiro momento esses sintomas pareçam inofensivos, eles podem indicar síndromes clínicas, conhecidas como lesões por esforço repetitivo (LER) ou distúrbios osteomusculares relacionados ao trabalho (Dort).

Em busca de conscientizar sobre a LER/Dort, a Organização Mundial de Saúde (OMS) instituiu o dia internacional de combate a estas síndromes. Neste 28 de fevereiro, o Ministério da Saúde alerta sobre os sintomas, as causas e os tratamentos disponibilizados na rede pública.

O que são essas lesões?

A LER/Dort são estabelecidas pelo Guia de Vigilância em Saúde como síndromes clínicas que afetam o sistema musculoesquelético e nervoso do paciente. Elas podem ser causadas, mantidas ou agravadas pelo trabalho e atingem diversas categorias profissionais.

 

Quais são os fatores de risco à LER/Dort?

Diversas características podem tornar um ambiente propício ao desenvolvimento destas lesões, desde aspectos cognitivos, sensoriais, biomecânicos e afetivos. As síndromes podem estar associadas a movimentos repetitivos, sem pausas para recuperação; exposição a vibrações; posturas estáticas ou inadequadas no trabalho; mobiliários não ergonômicos; temperaturas extremas; ruídos elevados; carga e ritmo de trabalho acelerado; pressão por metas; horas extras excessivas; sobrecarga de peso; exigências cognitivas; ritmo de trabalho; ambiente social e técnico do trabalho, entre outros.

Os fatores de risco para a ocorrência de LER/Dort devem ser analisados de forma integrada, mas algumas ocupações estão mais propensas a sofrer estas lesões. No Brasil, de 2006 a 2022, o maior número de notificações da síndrome, de acordo com os dados do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan), foi entre trabalhadores de serviço doméstico, seguido de alimentadores de linha de produção e operadores de máquinas a vapor e utilidades.

Confira algumas profissões mais comumente relacionadas às lesões:

  • Trabalhadores de teleatendimento;
  • Operadores de caixas;
  • Digitadores;
  • Escriturários;
  • Montadores de pequenas peças e componentes;
  • Trabalhadores de confecção de calçados;
  • Costureiros;
  • Telefonistas;
  • Passadeiras;
  • Cozinheiros e auxiliares de cozinha;
  • Trabalhadores de limpeza;
  • Auxiliares de odontologia;
  • Cortadores de cana;
  • Profissionais de controle de qualidade;
  • Operadores de máquinas e de terminais de computador;
  • Auxiliares e técnicos administrativos;
  • Auxiliares de contabilidade;
  • Pedreiros;
  • Secretários;
  • Copeiros;
  • Eletricistas;
  • Bancários;
  • Trabalhadores da indústria; e
  • entre outras.

Como prevenir as lesões?

O melhor método é a avaliação e, quando necessário, a adequação nos ambientes e processos organizacionais de trabalho e atividades que podem desencadear a LER/Dort. Uma das formas utilizadas para avaliar esses ambientes é a Inspeção Sanitária em Saúde do Trabalhador, realizada pelas equipes de Vigilância em Saúde do Trabalhador.

Também é possível adotar programas de atividades físicas orientadas, como exercícios de alongamentos localizados e de grandes segmentos do corpo, fortalecimento muscular localizado e atividade aeróbica, por exemplo. As atividades também podem ser realizadas nos ambientes de trabalho, por meio da cinesioterapia laboral, com mecanismos de antecipação ou de compensação que se adaptem às atividades realizadas pelos colaboradores.

Orientações específicas também podem ser dadas por profissionais habilitados que conheçam as condições dos ambientes e do processo de trabalho que cada paciente está inserido.

Como identificar LER/Dort?

As principais queixas relacionadas são dor localizada, irradiada ou generalizada; desconforto; fadiga e sensação de peso, principalmente em membros superiores e coluna vertebral. Também podem ocorrer dor crônica; parestesia (formigamento); fadiga e enrijecimento muscular; edema; choque; inflamação articular; perda de força muscular, da firmeza das mãos e da sensibilidade; tenossinovites (processo inflamatório de tendões), sinovites (processo inflamatório de tecidos ou articulações) e compressões.

As complicações destas síndromes clínicas envolvem a incapacidade temporária parcial para o trabalho e a incapacidade permanente parcial ou total, podendo levar à perda precoce da capacidade para o trabalho e ao afastamento por período prolongado. Por isso, a principal orientação é buscar atendimento ao primeiro sinal de desconforto.

Como é feito o tratamento da LER/Dort?

O tratamento pode ser realizado por uma equipe interdisciplinar, envolvendo fisioterapeutas, terapeutas ocupacionais, enfermeiros, assistentes sociais, educadores físicos, médicos, psicólogos, além de profissionais de terapias complementares e terapeuta corporal, com domínio de técnicas diversificadas para se obter efetividade.

O atendimento clínico da Unidade de Saúde de Atenção Básica pode acompanhar os primeiros sintomas e os casos de baixa complexidade e, caso o médico da UBS tenha dúvidas relacionadas ao quadro clínico, ele encaminhará o paciente ao especialista, de acordo com a Rede de Atenção à Saúde disponível no município.

No entanto, com relativa frequência, os pacientes com LER/Dort procuram a Rede de Urgência/Emergência e Pronto-Atendimento em crises de dor, devido ao agravamento da síndrome clínica. O paciente com diferente grau de evolução pode apresentar dores que atingem um ou dois membros superiores, de forte intensidade. Após a assistência inicial no pronto-atendimento, o paciente deve ser encaminhado para a investigação e os procedimentos adequados na Rede de Atenção Básica.

Quais intervenções são feitas no SUS?

No Sistema Único de Saúde o profissional avaliará, de acordo com cada caso, o tratamento adequado. Uma das medidas eficazes a longo prazo são as atividades em grupo com os pacientes. Os encontros tem caráter terapêutico educativo, com proposta de reflexão do processo de adoecimento, discussão sobre dúvidas e compartilhamento das dificuldades enfrentadas no diagnóstico e no tratamento, além dos limites de cada paciente.

As vivências do grupo permitem ao trabalhador transformar as percepções individuais em noções coletivas e auxilia o estabelecimento de relações do seu próprio adoecimento com o processo de trabalho, de forma a auxiliar a consciência crítica e a adoção de posturas que transformam o ambiente de trabalho e a realidade social.

No SUS, também há a Rede Nacional de Atenção Integral à Saúde do Trabalhador (Renast), composta pela atenção primária à saúde, os serviços de média e alta complexidade, os Centros de Referência em Saúde do Trabalhador (Cerest) e a Vigilância em Saúde, dentre outros, que realizam ações de Vigilância em Saúde do Trabalhador, de acordo com suas especificidades e a partir do conhecimento do território de abrangência.

Atualmente, o sistema conta com 217 Cerest (190 regionais ou municipais e 27 estaduais ou distrital) que desempenham importante papel para prevenção e orientação nos casos de LER/Dort, com suporte técnico e especializado aos demais pontos da Rede de Atenção à Saúde do SUS para o desenvolvimento das ações de saúde do trabalhador.

As equipes realizam atividades de educação em saúde com trabalhadores diagnosticados, acompanham os pacientes na rede de atenção à saúde e notificam os casos no Sinan, além de emitirem a Comunicação do Acidente de Trabalho (CAT), caso o trabalhador seja segurado pelo Instituto Nacional do Seguro Social.

Fonte: LER e Dort: complicações envolvem incapacidade temporária ou permanente para o trabalho — Ministério da Saúde (www.gov.br)

15 DE FEVEREIRO – DIA INTERNACIONAL DE LUTA CONTRA O CÂNCER INFANTIL

O dia 15 de fevereiro é internacionalmente conhecido como o dia para conscientizar sobre o câncer infantil e expressar apoio às crianças e adolescentes com câncer, aos sobreviventes e suas famílias. Essa data foi criada em 2002 pela Childhood Cancer International (CCI). Estatísticas mostram que a cada três minutos uma criança morre de câncer; a cada ano mais de 300.000 crianças e adolescentes são diagnosticados com câncer em todo o mundo; aproximadamente 8 em cada 10 crianças vivem em países de renda baixa onde a taxa de sobrevivência é de quase 20%.

A Organização Mundial da Saúde (OMS), por meio da Iniciativa Global para o câncer na Infância, objetiva fazer com que esse tipo de câncer seja uma prioridade nacional e global, a fim de eliminar a dor e sofrimento das crianças que lutam contra a doença e alcançar, pelo menos, 60% de sobrevivência pra todas as que são diagnosticadas em todo mundo, até 2030. Isso representa aproximadamente o dobro da taxa de cura atual e poderá salvar a vida de mais de um milhão de crianças na próxima década.

Os tipos de câncer que mais atingem crianças e adolescentes são leucemias (câncer dos tecidos produtores de sangue), linfomas (câncer do sistema linfático) e tumores cerebrais.
Nos adultos, muitos cânceres são associados a questões ambientais, ocupacionais ou de estilo de vida, como dieta, álcool e tabagismo. Já as causas dos cânceres infantis ainda são desconhecidas.

De acordo com o Instituto Nacional de Câncer (INCA), crianças com os sintomas abaixo apresentam sinais de alerta para o câncer infantil e devem ser avaliadas por um médico:

– palidez, hematomas ou sangramento;
– caroços ou inchaços, especialmente se forem indolores, sem febre ou outros sinais de infecção;
– perda de peso inexplicada ou febre, tosse persistente ou falta de ar, suores noturnos;
– alterações nos olhos, como: pupila branca, estrabismo de início recente, perda visual, hematomas ou inchaço ao redor dos olhos;
– inchaço abdominal;
– dores de cabeça, especialmente se for incomum, persistente ou grave, vômitos (em especial pela manhã ou com piora ao longo dos dias);
– dor em membros como braços ou pernas, ou dor óssea, inchaço sem trauma ou sinais de infecção;
– fadiga, letargia ou mudanças no comportamento, como isolamento;
– tontura, perda do equilíbrio ou da coordenação.

Fonte: 15/02 – Dia Internacional do Câncer na Infância | Biblioteca Virtual em Saúde MS (saude.gov.br)