Janeiro Roxo: Conscientização e Combate à Hanseníase

A hanseníase é uma doença infecciosa, contagiosa, de evolução crônica, causada pela bactéria Mycobacterium leprae. Atinge principalmente a pele, as mucosas e os nervos periféricos (braços e pernas), com capacidade de ocasionar lesões neurais, podendo acarretar danos irreversíveis, inclusive exclusão social, caso o diagnóstico seja tardio ou o tratamento inadequado.

A discussão sobre a origem da hanseníase no continente asiático ou africano ainda se mantém entre os especialistas, todavia, sabe-se é que conhecida há mais de quatro mil anos na Índia, China, Japão e Egito. No decorrer dos séculos, ainda de forma imprecisa, a hanseníase era agrupada juntamente com outras patologias cutâneas como a psoríase, escabiose, impetigo, pela designação de lepra. A infecção por hanseníase acomete pessoas de ambos os sexos e de qualquer idade. Entretanto, é necessário um longo período de exposição à bactéria, sendo que apenas uma pequena parcela da população infectada realmente adoece. As lesões neurais decorrentes conferem à doença um alto poder incapacitante, principal responsável pelo estigma e discriminação às pessoas acometidas pela doença.

O Brasil ocupa a 2ª posição do mundo entre os países que registram casos novos. Em razão de sua elevada carga, a doença permanece como um importante problema de saúde pública no país, sendo de notificação compulsória e investigação obrigatória. A partir da década de 1980 o Brasil dispõe de iniciativas institucionais que modificam a estratégia de cuidado as pessoas acometidas pela hanseníase, com o fechamento dos hospitais colônia que pressupunham a internação compulsória daqueles acometidos pela doença. Em 1995, como iniciativa inovadora para ressignificação social da doença, o Brasil determina através da Lei nº 9.010, que o termo “lepra” e seus derivados não podem mais ser utilizados na linguagem empregada nos documentos oficiais da Administração centralizada e descentralizada da União e dos estados. Esses passos foram importantes para ampliar a compreensão da história da hanseníase enquanto uma trajetória que não é do bacilo, mas de pessoas e famílias acometidas pela doença.

 

Sinais e Sintomas

Os sinais e sintomas mais frequentes da hanseníase são:

  • Manchas (brancas, avermelhadas, acastanhadas ou amarronzadas) e/ou área (s) da pele com alteração da sensibilidade térmica (ao calor e frio) e/ou dolorosa (à dor) e/ou tátil (ao tato);
  • Comprometimento do (s) nervo (s) periférico (s) – geralmente espessamento (engrossamento) –, associado a alterações sensitivas e/ou motoras e/ou autonômicas;
  • Áreas com diminuição dos pelos e do suor;
  • Sensação de formigamento e/ou fisgadas, principalmente em mãos e pés;
  • Diminuição ou ausência da sensibilidade e/ou da força muscular na face, e/ou nas mãos e/ou nos pés;
  • Caroços (nódulos) no corpo, em alguns casos avermelhados e dolorosos.

Transmissão 

A transmissão ocorre quando uma pessoa com hanseníase, na forma infectante da doença, sem tratamento, elimina o bacilo para o meio exterior, infectando outras pessoas suscetíveis, ou seja, com maior probabilidade de adoecer. A forma de eliminação do bacilo pelo doente são as vias aéreas superiores (por meio do espirro, tosse ou fala), e não pelos objetos utilizados pelo paciente. Também é necessário um contato próximo e prolongado. Os doentes com poucos bacilos – paucibacilares (PB) – não são considerados importantes fontes de transmissão da doença, devido à baixa carga bacilar.

Não se transmite a hanseníase pelo abraço, compartilhamentos de pratos, talheres, roupas de cama e outros objetos. Já as pessoas com muitos bacilos – multibacilares (MB) – constituem o grupo contagiante, mantendo-se como fonte de infecção enquanto o tratamento específico não for iniciado. A hanseníase apresenta longo período de incubação, ou seja, o tempo em que os sinais e sintomas se manifestam desde a infecção. Geralmente, esse período dura em média de dois a sete anos; porém, há referências a períodos inferiores a dois e superiores a dez anos.

Diagnóstico

Os casos de hanseníase são diagnosticados por meio do exame físico geral dermatológico e neurológico para identificar lesões ou áreas de pele com alteração de sensibilidade e/ou comprometimento de nervos periféricos, com alterações sensitivas e/ou motoras e/ou autonômicas. Os casos com suspeita de comprometimento neural, sem lesão cutânea (suspeita de hanseníase neural primária), e aqueles que apresentam área com alteração sensitiva e/ou autonômica duvidosa e sem lesão cutânea evidente, deverão ser encaminhados para unidades de saúde de maior complexidade para confirmação diagnóstica.

Recomenda-se que, nessas unidades, tais pacientes sejam submetidos novamente aos exames dermatológico e neurológico criteriosos, à coleta de material para exames laboratoriais (baciloscopia ou histopatologia cutânea ou de nervo periférico sensitivo) e a exames eletrofisiológicos e/ou outros mais complexos, para identificar comprometimento cutâneo ou neural discreto e realizar diagnóstico diferencial com outras neuropatias periféricas. Em crianças, o diagnóstico da hanseníase exige avaliação ainda mais criteriosa, diante da dificuldade de aplicação e interpretação dos testes de sensibilidade.

Casos de hanseníase em crianças podem sinalizar transmissão ativa da doença, especialmente entre os familiares; por esse motivo, deve-se intensificar a investigação dos contatos. O diagnóstico de hanseníase deve ser recebido de modo semelhante ao de outras doenças curáveis. Entretanto, se vier a causar sofrimento psíquico, tanto a quem adoeceu quanto aos familiares ou pessoas de sua rede social, essa situação requererá uma abordagem apropriada pela equipe de saúde, para tomadas de decisão que incidam para uma melhor adesão ao tratamento e enfrentamento aos problemas psicossociais.

Essa atenção qualificada deve ser oferecida desde o diagnóstico, bem como no decorrer do tratamento da doença e, se necessário, após a alta. A Caderneta de Saúde da Pessoa Acometida pela Hanseníase é um instrumento para que o paciente acompanhe e registre seu tratamento e tenha em mãos orientações sobre a doença, direitos e autocuidado. Enquanto uma ferramenta de registro, ela é muito importante para gestão do cuidado às equipes de saúde, todavia, é de posse do paciente. A Caderneta deve ser entregue ao paciente no momento do diagnóstico.

 

Características Epidemiológicas

A hanseníase está fortemente relacionada a condições econômicas, sociais e ambientais desfavoráveis. Com registro de casos novos em todas as unidades federadas, a doença exibe distribuição heterogênea no país, com elevadas concentrações nas regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste, importantes áreas de transmissão da doença. Sua alta endemicidade compromete a interrupção da cadeia de transmissão, tornando-se imprescindível a incorporação de ações estratégicas que visem garantir o atendimento integral às pessoas acometidas pela doença.

A procura dos casos de hanseníase deve se dar por meio da assistência prestada à população geral nas unidades de saúde dos municípios brasileiros, bem como pela investigação dos contatos domiciliares dos casos diagnosticados, conforme recomendações das diretrizes nacionais. O Ministério da Saúde disponibiliza um painel de indicadores e dados básicos de hanseníase para o conjunto dos municípios brasileiros. A série de painéis apresenta a distribuição municipal dos principais indicadores epidemiológicos e operacionais, visando a maior qualidade e tempestividade das tomadas de decisão realizadas por diferentes instâncias de gestão.

Brasil é 2º país com mais casos de hanseníase no mundo – 02/06/2023 

 

Enfrentamento ao Estigma e à Discriminação

Aspectos relacionados ao estigma e à discriminação podem promover a exclusão social e, ao mesmo tempo, podem produzir consequências negativas que resultam em interações sociais desconfortáveis, limitando o convívio social, sofrimento psíquico e, consequentemente, pode interferir no diagnóstico e adesão ao tratamento da hanseníase, perpetuando um ciclo de exclusão social e econômica. Situações em que ocorrem o estigma e a discriminação podem ocorrer na família, na escola, no trabalho e até mesmo nos serviços de saúde. O Brasil não possui leis discriminatórias contra as pessoas acometidas pela hanseníase e seus familiares, em vigor.

Embora destaque-se por ser o primeiro país no mundo que desenvolveu legislação que proíbe linguagem discriminatória contra as pessoas acometidas pela hanseníase, representando importante avanço para a garantia dos direitos das pessoas atingidas pela hanseníase, não existe nacionalmente penalidades impostas para quem as infringirem. Você pode registrar práticas discriminatórias em canais específicos, como as ouvidorias de saúde, o DISQUE SAÚDE 136.

 

Painel de Monitoramento de Indicadores da Hanseníase no Brasil

Painel de Monitoramento de Indicadores da Hanseníase no Brasil, foi criado com o objetivo de divulgar as informações do monitoramento da hanseníase, subsidiar a tomada de decisão e nortear mudanças oportunas no processo de trabalho da hanseníase.

 

Fonte: Hanseníase — Ministério da Saúde (www.gov.br)

 

 

 

Janeiro branco: mês de conscientização da saúde mental e emocional

Estamos em janeiro, mês em que ocorre a campanha Janeiro Branco, criada por psicólogos com o objetivo de chamar atenção das pessoas, instituições, autoridades e sociedade para o cuidado da saúde mental.

O psicólogo do Hospital Municipal Ronaldo Gazolla, Philipe Veloso, explica a importância da campanha.

– O Janeiro Branco tem por objetivo conscientizar a importância do cuidado com a saúde mental, que é fundamental na vida das pessoas. Nos preocupamos com a nossa saúde física, mas muitas vezes esquecemos da saúde da nossa mente.

As principais doenças relacionadas à mente

As doenças mais conhecidas atualmente são a depressão, a ansiedade e os transtornos de pânico.

– Atualmente é muito difícil não conhecer alguém que não sofra de algum desses transtornos.

Veloso alerta ainda para a importância de estar atento aos sintomas.

– Em relação à ansiedade, é comum as pessoas sentirem irritabilidade, estresse, falta de ar, sensação de “tudo dando errado”. No quadro de depressão, o mais comum é a apatia, falta de vontade, cansaço excessivo.

O psicólogo afirma que pequenos hábitos podem evitar o aparecimento dos sintomas.

– O tripé de hábitos saudáveis que previne o aparecimento de doenças relacionadas à mente é uma boa noite de sono, uma alimentação saudável e atividade física.

O médico também chama a atenção para o fato de que, em janeiro, os casos de doenças mentais aumentam.

– Dezembro e janeiro são meses em que costumamos ter mais angústias, e isso tem a ver com o fato de serem meses de fechamento de ciclo, abertura de um novo, em que somos acometidos com mais angústia, porque somos convidados a olhar um pouco para o passado e um pouco para o futuro.

Quem identificar tais sintomas pode buscar ajuda nas Clínicas da Família ou nos CAPS, que são a porta de entrada do atendimento na rede pública de saúde.

 

 

Fonte: Janeiro Branco: a importância dos cuidados com a saúde mental – Empresa Pública de Saúde do Rio de Janeiro – RIOSAÚDE (prefeitura.rio)

Jornalista: Yuri Neri

02 de Janeiro – Dia do Médico Sanitarista

 

O Dia do Médico Sanitarista é comemorado dia 2 de janeiro. Este profissional analisa a saúde pública local, categorizando os problemas em ordem de prioridades, propondo soluções e alternativas e também estimativas sobre os recursos necessários para que as medidas possam ser executadas.

Este profissional associa seus conhecimentos de medicina aos de saúde pública e atua nos níveis local, regional ou central, sendo de suma importância para melhorar a qualidade do serviço de saúde.

A especialidade de sanitarista passou por inúmeras transformações ao longo da história. Atualmente, insere-se na área de conhecimento denominada de Saúde Coletiva e se caracteriza por ser multiprofissional e interdisciplinar. Os sanitaristas mais famosos do Brasil foram Oswaldo Cruz e Carlos Chagas, que se destacaram não só pelas grandes pesquisas cientificas que realizaram, mas principalmente pelo impacto social que elas tiveram.

 

Oswaldo Cruz

O médico e cientista Oswaldo Gonçalves Cruz nasceu em São Luís do Paraitinga (SP), em 5 de agosto de 1872. Filho de Bento Gonçalves Cruz e Amália Bulhões Cruz. Sua família se transferiu para o Rio de Janeiro em 1877 e, na capital, estudou no Colégio Laure, no Colégio São Pedro de Alcântara e no Externato Dom Pedro II. Graduou-se na Faculdade de Medicina do Rio de janeiro em 1892, apresentando a tese de doutoramento A vehiculação microbiana pelas águas. Antes de concluir o curso, já publicara dois artigos sobre microbiologia na revista Brasil Médico.

Seu interesse pela microbiologia levou-o a montar um pequeno laboratório no porão de sua casa. Contudo, a morte de seu pai, no mesmo ano de sua formatura, impediu o aprofundamento de seus estudos por um tempo. Dois anos depois, a convite de Egydio Salles Guerra, que se tornaria seu amigo e biógrafo, trabalhou na Policlínica Geral do Rio de Janeiro, onde era responsável pela montagem e a chefia do laboratório de análises clínicas. Em 1897 Oswaldo Cruz viajou para Paris, onde permaneceu por dois anos estudando microbiologia, soroterapia e imunologia, no Instituto Pasteur, e medicina legal no Instituto de Toxicologia.

Retornando da capital francesa, o médico reassumiu o cargo na Policlínica Geral e juntou-se à comissão de Eduardo Chapot-Prévost para estudar a mortandade de ratos que gerou surto de peste bubônica em Santos. De volta ao Rio de Janeiro, assumiu a direção técnica do Instituto Soroterápico Federal, que era construído na Fazenda Manguinhos. A instituição, sob o comando do barão de Pedro Affonso, proprietário do Instituto Vacínico Municipal, foi fundada em 1900.

Dois anos depois, o jovem bacteriologista assumiu a direção do Instituto e trabalhou para ampliar suas atividades para além da fabricação de soro antipestoso, incluindo a pesquisa básica aplicada e a formação de recursos humanos. No ano seguinte, chegou ao comando da Diretoria-Geral de Saúde Pública (DGSP).

O desafio não era pequeno. O jovem médico e cientista teve que empreender uma campanha sanitária de combate às principais doenças da capital federal: febre amarela, peste bubônica e varíola. Para isso, adotou métodos como o isolamento dos doentes, a notificação compulsória dos casos positivos, a captura dos vetores – mosquitos e ratos –, e a desinfecção das moradias em áreas de focos. Utilizando o Instituto Soroterápico Federal como base de apoio técnico-científico, deflagrou campanhas de saneamento e, em poucos meses, a incidência de peste bubônica diminuiu com o extermínio dos ratos, cujas pulgas transmitiam a doença.

Ao combater a febre amarela, na mesma época, Oswaldo Cruz enfrentou vários problemas. Grande parte dos médicos e da população acreditava que a doença se transmitia pelo contato com as roupas, suor, sangue e secreções de doentes. No entanto, Oswaldo Cruz acreditava em uma nova teoria: o transmissor da febre amarela era um mosquito. Assim, suspendeu as desinfecções, método tradicional no combate à moléstia, e implantou medidas sanitárias com brigadas que percorreram casas, jardins, quintais e ruas, para eliminar focos de insetos. Sua atuação provocou violenta reação popular.

Em 1904, a oposição a Oswaldo Cruz atingiu seu ápice. Com o recrudescimento dos surtos de varíola, o sanitarista tentou promover a vacinação em massa da população. Os jornais lançaram uma campanha contra a medida. O congresso protestou e foi organizada a Liga contra a vacinação obrigatória. No dia 13 de novembro, estourou a rebelião popular e, no dia 14, a Escola Militar da Praia Vermelha se levantou. O Governo derrotou a rebelião, que durou uma semana, mas suspendeu a obrigatoriedade da vacina. Mesmo assim, em 1907, a febre amarela estava erradicada do Rio de Janeiro. Em 1908, em uma nova epidemia de varíola, a própria população procurou os postos de vacinação.

Apesar da crise, entre 1905 e 1906, Oswaldo Cruz empreendeu uma expedição a 30 portos marítimos e fluviais de Norte a Sul do país para estabelecer um código sanitário com regras internacionais. A luta contra as doenças ganhou reconhecimento internacional em 1907, quando Oswaldo Cruz recebeu a medalha de ouro no 14º Congresso Internacional de Higiene e Demografia de Berlim, na Alemanha, pelo trabalho de saneamento do Rio de Janeiro. Oswaldo Cruz ainda reformou o Código Sanitário e reestruturou todos os órgãos de saúde e higiene do país.

Em 1908 o sanitarista foi recepcionado como herói nacional e, no ano seguinte, o instituto passou a levar seu nome. Com a equipe do Instituto Oswaldo Cruz (IOC) fez o levantamento das condições sanitárias do interior do país. Em 1910 combateu a malária durante a construção da Ferrovia Madeira-Mamoré (viajou a Rondônia com Belisário Penna), e a febre amarela, a convite do governo do Pará.

m 1909, deixou a Diretoria Geral de Saúde Pública, passando a se dedicar apenas ao Instituto de Manguinhos, que fora rebatizado com o seu nome. Do Instituto lançou importantes expedições científicas que possibilitaram a ocupação do interior do país. Erradicou a febre amarela no Pará e realizou a campanha de saneamento da Amazônia. Permitiu, também, o término das obras da Estrada de Ferro Madeira-Mamoré, cuja construção havia sido interrompida pelo grande número de mortes entre os operários, provocadas pela malária.

Em 1913, foi eleito para a Academia Brasileira de Letras. Em 1915, por motivos de saúde, abandonou a direção do Instituto Oswaldo Cruz e mudou-se para Petrópolis. Eleito prefeito daquela cidade, traçou vasto plano de urbanização, que não pode ver construído. Sofrendo de crise de insuficiência renal, morreu a 11 de fevereiro de 1917, com apenas 44 anos.

Oswaldo Gonçalves Cruz

 

Carlos Chagas

Carlos Ribeiro Justiniano das Chagas foi um importante médico sanitarista e pesquisador brasileiro do início do século XX. Mineiro de Oliveira, iniciou os estudos no colégio jesuíta São Luís, na cidade de Itu, interior paulista. Filho de cafeicultores, foge da escola em virtude da Abolição por causa do boato de que havia revolta dos recém libertos.

Chegou a cursar Engenharia na Escola de Minas de Ouro Preto, cedendo às vontades da mãe, porém, doente e reprovado, volta à cidade natal para se recuperar. Então, sob influência do tio, resolve optar pela área da saúde e, aos 18 anos, ingressa na Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro, em 1897.

Na faculdade, dedicou-se aos estudos de doenças tropicais, especialmente a malária, o que seria determinante para sua carreira. Foi aluno de Miguel Couto, que o apresentou ao sanitarista Oswaldo Cruz, então diretor do Instituto Soroterápico Federal, em Manguinhos – posteriormente, Instituto Oswaldo Cruz.

Em 1905, Carlos Chegou liderou a primeira campanha bem-sucedida contra a malária no país, através de medidas profiláticas de saneamento básico. Foi na cidade de Itatinga, que vivia um surto da doença nas obras da construção de uma represa.

Designado para liderar outra missão de combate à malária, em 1907, dessa feita na cidade de Lassange, interior de Minas Gerais, Chagas realizará sua maior descoberta científica. Na região, muitas pessoas morriam em decorrência de uma doença desconhecida que causava grandes lesões no músculo cardíaco.

Conhecendo hábitos e relatos da região, o sanitarista fará a ligação da doença com a picada do inseto conhecido como “barbeiro”, que descobriu transmitir uma espécie até então desconhecida de protozoário, ao qual denominou “Trypanossoma cruzi” em homenagem ao amigo Oswaldo Cruz. A moléstia que afeta o coração seria, então, eternizada como a “Doença de Chagas”.

Como diretor do Instituto Manguinhos, coube a Carlos Chagas comandar a estratégia de combate à gripe espanhola, pandemia do vírus influenza que atingiu quase todo o mundo e vitimou mais de 15 mil pessoas na cidade do Rio de Janeiro. Chagas foi também nomeado Diretor do Departamento Nacional de Saúde Pública na presidência de Epitácio Pessoa. Em 1923, criou a Escola de Enfermagem Anna Neri, precursora do ensino de enfermagem no país.

Cientista renomado, foi considerado doutor Honoris Causa pelas universidades de Havard, Paris, Lima e Livre de Bruxelas. Como professor, introduziu a cadeira de Doenças Tropicais na Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro.

Carlos Ribeiro Justiniano das Chagas

Fontes:

Dia 2 de janeiro: Dia do médico sanitarista – Bio-Manguinhos/Fiocruz || Inovação em saúde || Vacinas, kits para diagnóstico e biofármacos

Quem foi Oswaldo Cruz? A trajetória do médico dedicado à ciência (fiocruz.br)

Biografia de Carlos Chagas – ANPG

Inserção de Exames no Prontuário Eletrônico

Nesta data, 21/12/2023, a enfermeira Danielle Simões da Equipe Catarino – Clínica da Família Olimpia Esteves, utilizou o laboratório de informática da OTICS-Rio Padre Miguel para lançar resultados de exames. O objetivo é manter os prontuários atualizados para atingir o melhor tratamento possível aos pacientes da unidade.

Academia Carioca – Dezembro Vermelho

Nesta data, 19/12/2023, tivemos um evento de conscientização sobre o Dezembro Vermelho com alunos da academia carioca da CFOE. O objetivo foi orientar sobre o tema, uma dinâmica com perguntas para tirar dúvidas e oferta de testes rápidos. Participaram da ação a Enfermeira Dayane Catryne e a professora de Educação Física Julia Fonseca.

Durante todo o mês de dezembro, a campanha Dezembro Vermelho promove ações para engajar profissionais e usuários para a prevenção, assistência, proteção e promoção dos direitos das pessoas que vivem com HIV/Aids e outras infecções sexualmente transmissíveis. Com o objetivo de conscientizar a população sobre a importância do diagnóstico precoce e o cuidado integral à saúde, as unidades de Atenção Primária (clínicas da família e centros municipais de saúde) terão uma programação especial durante o mês.

Fonte: Unidades de saúde realizam ações para marcar o Dezembro Vermelho – Secretaria Municipal de Saúde – SMS (prefeitura.rio)

Grupo de Tabagismo

Na manhã deste dia, 19/12/2023, aconteceu no auditório da Estação OTICS-Rio Padre Miguel, o 3° momento do Grupo de Tabagismo, o público alvo foram os usuários da CFOE. Os pacientes também tiveram sessão de auriculoterapia com objetivo de controlar a compulsão no período de abstinência ao fumo. Os responsáveis pelo encontro foram, Jonh Silva – Enfermeiro e Júlio César Leite – Fisioterapeuta eMulti – CFOE.

Evidências científicas sobre a auriculoterapia atestam que a modalidade terapêutica complementar é decisiva no tratamento das dores agudas e crônicas, na insônia, ansiedade e depressão e na cessação do tabagismo. Inspirada na Medicina Tradicional Chinesa e reconhecida pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como uma terapia de microssistema, ou seja, uma intervenção sobre uma parte do corpo que atua, por sua vez, no corpo inteiro, a auriculoterapia avança mundo afora como método terapêutico eficaz no tratamento de problemas físicos e psíquicos.

“Podemos citar, em especial, os efeitos da auriculoterapia no controle da dor aguda e crônica, como cefaleia, lombalgia, dor pós-operatória, dismenorreia, assim como nos transtornos nutricionais e metabólicos, como diabetes, dislipidemias e obesidade, e nos distúrbios mentais, relacionados ao tabagismo, à insônia, à depressão e à ansiedade”,

listam os pesquisadores e professores Bernardo Diniz Coutinho, do Departamento de Fisioterapia e do Programa de Mestrado Profissional em Saúde da Família da Universidade Federal do Ceará (UFC), e Adair Roberto Soares Santos e Marcos Lisboa Neves, do Laboratório de Neurobiologia da Dor e Inflamação, do Departamento de Ciências Fisiológicas da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC).

Ofertada de forma gratuita pelo Sistema Único de Saúde (SUS), em um rol de 29 recursos complementares e integrativos que fazem parte da Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares (PNPIC) do Ministério da Saúde, a auriculoterapia também angaria sucesso no Brasil. Segundo dados do Ministério da Saúde, entre 2017 e 2019, houve um aumento na oferta de auriculoterapia na ordem de 10,4 vezes mais de 40.818 para 423.774 procedimentos na atenção primária à saúde, onde concentra-se a atuação das práticas integrativas e complementares de saúde (PICS).

Fonte: Auriculoterapia sob a ótica da ciência  – CABSIN

Atualização de Demandas Enfermagem

Neste dia, 19/12/2023, turno da manha, na sala de reunião da Estação OTICS-Rio Padre Miguel, tivemos a atualização de demandas de enfermagem, participaram do evento 04 (quatro) profissionais, dentre eles os estagiários de enfermagem, Paula Bittencourt, Thiago Alves e a ACS Carolina Cardoso da CF Olímpia Esteves, o objetivo da ação foi a renovação das receitas periódicas dos pacientes e reenvio das solicitações devolvidas pelo sistema de regulação (SISREG), a responsável pelo encontro foi a Enfermeira Rafaela Silva da equipe Limites.

Produção CF Olímpia Esteves

Neste dia, 13/12/2023, estiveram no laboratório de informática da Estação OTICS-Rio Padre Miguel, profissionais da Clínica da Família Olímpia Esteves para atualizarem suas demandas diárias como registro de grupo, acompanhamento de bolsa família, registro de visita domiciliar e alimentação de planilhas. A Estação OTICS-Rio Padre Miguel, unidade parceira da Clínica da Família Olímpia Esteves, disponibiliza o suporte tecnológico para os ACS e demais profissionais de saúde.

Atualização de SISREG

Neste dia, 12/12/2023, na sala de reunião da Estação OTICS-Rio Padre Miguel, a enfermeira Rafaela Silva e a estagiária de enfermagem Paula Bittencourt da unidade CF Olímpia Esteves, atualizaram a agenda do Sistema de Regulação (SISREG) e colocaram em dia as receitas periódicas dos pacientes. O objetivo é permitir o agendamento de internações e atendimentos eletivos para os pacientes, como também assegurar a continuidade terapêutica.

Para dar mais transparência à fila do SISREG (Sistema de Regulação), foi desenvolvido o site Transparência do SISREG Ambulatorial. Nele, o cidadão carioca tem acesso às informações sobre a sua posição e previsão de atendimento nas listas de espera por serviços de saúde no SISREG, em cumprimento à Lei nº 6.417, de 6 de novembro de 2018.

Fonte: SISREG – www.rio.rj.gov.br

Grupo de Tabagismo

Neste dia, 12/12/2023, aconteceu no auditório da Estação OTICS-Rio Padre Miguel, a 2ª momento do Grupo de Tabagismo, o público alvo foram os usuários da CFOE, os pacientes também tiveram sessão de auriculoterapia com objetivo de controlar a compulsão no período de abstinência ao fumo. Os responsáveis pelo encontro foram, a Psicóloga Márcia Barros, o Fisioterapeuta Julio César Leite, ambos da Equipe Multi -CFOE.

O tabagismo é reconhecido como uma doença crônica causada pela dependência à nicotina presente nos produtos à base de tabaco. De acordo com a Revisão da Classificação Estatística Internacional de Doenças e Problemas Relacionados à Saúde [CID-11], ele integra o grupo de “transtornos mentais, comportamentais ou do neurodesenvolvimento” em razão do uso da  substância psicoativa (WHO, 2022). Ele também é considerado a maior causa evitável isolada de adoecimento e mortes precoces em todo o mundo (Drope et al, 2018).

A auriculoterapia é uma técnica derivada da acupuntura, que faz pressão em pontos específicos da orelha para tratar e diagnosticar diversos problemas físicos, mentais e até emocionais.

A Agência Nacional de Acreditação e Avaliação em Saúde (ANAES), órgão francês equivalente ao Ministério da Saúde brasileiro, publicou em 2003 e 2004 uma lista de quadros para os quais são indicados o tratamento por auriculoterapia francesa para dores crônicas e agudas, agindo como analgésico, ansiedade e depressão (como parte de um tratamento geral),distúrbios funcionais digestivos, como náuseas e vômitos, vícios diversos, incluindo tabagismo, alergias, incluindo rinite alérgica, auxílio na recuperação motora, patologia funcional urogenital.

Fontes:
Tabagismo: Tabagismo — Instituto Nacional de Câncer – INCA (www.gov.br)
Auriculoterapia: Postal Saúde – Caixa de Assistência e Saúde dos Empregados dos Correios (postalsaude.com.br)