Na manhã do dia 02/02/2024, a gerente Mariana Quindeler e a enfermeira RT Lenir Marçal da Clínica da Família Olímpia Esteves (CFOE), fizeram uma reunião no auditório da estação OTICS-Rio Padre Miguel para alinhar o fluxo de trabalho interno dos Agentes Comunitários de Saúde.
O objetivo é capacitar os ACSs para identificar sinais e sintomas da Dengue, diferenciar os sintomas entre Dengue e COVID, qualificar a escuta nos guichês, implementar organograma e vigilância do cuidado por equipe (Dengue), ampliação do olhar dentro do território de Olímpia e acordar bloqueio de combate ao foco de Dengue nas micro áreas.
A cidade do Rio de Janeiro vive uma epidemia de dengue, afirmou nesta sexta-feira (2) o secretário Municipal de Saúde da cidade, Daniel Soranz. O município registrou 44,2% dos casos de dengue notificados em todo o ano passado apenas no mês de janeiro deste ano.
De acordo com informações da Secretaria Municipal de Saúde da capital fluminense, foram 22.959 casos em todo 2023. Apenas em janeiro de 2024 foram 10.156 ocorrências.
“A gente bateu o recorde de internações por dengue na história do município com 362 casos de pessoas internadas apenas no mês de janeiro”, afirmou o secretário Municipal de Saúde.
De acordo com o secretário Daniel Soranz, a curva de crescimento dos casos começou a subir mais cedo do que o esperado, em comparação com dados de anos anteriores.
“A gente sabe que os meses nos quais temos maior incidência dos casos de dengue são os meses de março, abril e início de maio. E a gente vê uma curva ascendente logo no começo do mês de janeiro, aumentando a nossa preocupação”, disse Soranz.
Ele ressaltou que a curva de casos deve seguir um caminho de crescimento até o mês de maio. O diagnóstico precoce ajuda a evitar internações e óbitos.
“A gente tem que ficar atento aos sintomas: febre alta, dor de cabeça, dor atrás dos olhos, dor no corpo e nas articulações, mal-estar e manchas vermelhas pelo corpo”, ressaltou Soranz.
De acordo com o secretário, as regiões de Campo Grande e Guaratiba são as mais atingidas. O Grande Méier, Grande Tijuca e a área de Santa Cruz também têm casos acima da média da cidade.
“Nos últimos 90 dias, a curva é ascendente. A gente chegou a ter, em um único dia, 569 casos notificados”, afirmou o secretário.
Polos de atendimento
Por conta do quadro de crescimento dos casos na cidade, a Prefeitura do Rio de Janeiro anunciou a instalação de dez polos de atendimento de dengue na cidade. Além disso, serão 150 centros de tratamento e hidratação.
“Esses polos de hidratação e o diagnóstico precoce são fundamentais para evitar mortes”, disse o prefeito Eduardo Paes.
Os hospitais de referência e unidades de atenção primária terão leitos específicos para o atendimento de pacientes mais graves.
“De acordo com o crescimento do número de casos, vamos aumentando o número de polos”, afirmou Soranz.
Combate ao vetor
Prefeito Eduardo Paes e Daniel Soranz, secretário Municipal de Saúde, em entrevista coletiva sobre casos de dengue no Rio — Foto: Reprodução
O secretário Daniel Soranz destacou a importância dos moradores no combate ao mosquito Aedes Aegypti.
“No combate ao vetor, a gente começa na nossa casa. Em cada três casos de dengue, em dois a gente consegue encontrar o vetor no próprio domicílio do paciente”, disse Soranz.
A Prefeitura do Rio também anunciou a criação de um Centro de Operações de Emergência, com a divulgações de boletins semanais, a exemplo do que havia sido criado durante a pandemia de Covid-19.
Além disso, 16 carros fumacê serão usados nas regiões com maior incidência de casos da doença.
Estado
O Estado do Rio de Janeiro registrou 17.544 casos de dengue apenas no mês de janeiro deste ano. O número é 12 vezes maior que o registrado em janeiro do ano passado, quando 1.441 casos foram registrados.
Defensoria Pública
A Defensoria Pública do Rio de Janeiro enviou recomendações aos 92 municípios do estado cobrando medidas de combate à dengue. No documento, o órgão recomenda que as secretarias municipais de Saúde intensifiquem as ações de controle de disseminação da doença com a produção de relatórios dos locais visitados por agentes para a retirada de focos do mosquito Aedes Aegypti.
Outro pedido é sobre o monitoramento de casos e mortes, com a organização de uma estrutura para o atendimento dos pacientes.
A Defensoria também pediu a criação de centros de hidratação com serviço para o atendimento de pacientes com dengue.